Portugal

Activismo LGBT desde os anos 90

O activismo LGBT (Lésbico, Gay, Bissexual e Transgénero) começou a ganhar visibilidade no mundo inteiro, a partir de 1969, quando despoletou o conflito de Stonewall, nos EUA. No dia 28 de Junho daquele ano, a comunidade LGBT que frequentava o bar de Nova Iorque (Stonewall Inn), resistiu, pela primeira vez, à força policial, que frequentemente detia indivíduos homossexuais e transgéneros, originando uma série de confrontos violentos que durou várias semanas. A comunidade LGBT foi-se tornando mais unida, desde aqueles motins, e no ano seguinte, em 1970, como forma de celebrar a resistência da comunidade naquele acontecimento, organizou-se a primeira marcha de orgulho gay, a Gay Pride, simultaneamente, em Nova Iorque e em Los Angeles. Desde então, o conceito da marcha de orgulho LGBT tem sido adoptado por vários países em todo o mundo.

Em Portugal, o activismo LGBT começou logo após o 25 de Abril de 1974, com a fundação do MLM (movimento de libertação da mulher) e a publicação no Diário de Lisboa do manifesto do MAHR (movimento de acção dos homossexuais revolucionários. Depois em 1980, surge o CHOR (colectivo de homossexuais revolucionários), onde se viu pela primeira vez, num desfile do 1º de Maio , cartazes de activismo “homossexual”. Porém, o activismo LGBT português só é considerado relevante a partir da década de 90, altura em que surgem as principais associações e movimentos. Em 1991, foi criado o GTH (grupo de trabalho homossexual do PSR) que ainda hoje participa em marchas de orgulho LGBT. Na mesma década, surge a primeira associação, a ILGA-Portugal e logo a seguir a Opus Gay. Em 1996, emerge o primeiro site gay português, o PortugalGay.PT. À lista de associações e movimentos LGBT, acrescentam-se-lhes, actualmente, a rede ex-aequo, as Panteras Rosa, a Vidas alternativas e o recente Movimento Pela Igualdade (MPI), sendo que existem ainda outros grupos e movimentos em desenvolvimento, que vão ganhando relevo na comunidade, como é o caso do grupo homossexual católico, Rumos novos, do clube Safo, da Associação Portuguesa de Homossexualidade Masculina, da associação não te prives e da Associação para o estudo e defesa dos direitos à identidade de género, os médicos pela escolha, entre outros. A par da tradição mundial, criada após os motins de Stonewall, são três as marchas LGBT que anualmente no final de Junho, enchem as ruas das principais cidades do país: Arraial Pride, em Lisboa (desde 1997), Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa, (desde 2000) e Marcha do Orgulho LGBT do Porto (desde 2006).

Casamentos homossexuais | Universidade do Minho | Instituto de Ciências Socias | Ciências da Comunicação | Braga, 2009